O coito da natureza> Autor :Damião Metamorfose.

Se eu fosse borboleta

E o seu sorriso uma flor

Mesmo sendo uma armadilha

Que devora um predador

Eu invadia seus lábios

Só pra sentir seu sabor

Provava do seu licor

Em seu céu me lambuzava

Matando a cede em saliva

Todo seu necta eu provava

Lambia as suas pétalas

E em sua língua pousava

O vento nos embalava

Ora agressivo, ora brando.

Era eu te dando vida

E você me devorando

As pétalas pedindo paz

E a nossa guerra se amando

O orvalho nos molhando

Deixando o solo fecundo

Vendo flor e borboleta

Em êxtase mais que profundo

Provando a libido mel

Que enfeitam os jardins do mundo

E ambos tão sitibundo

Nesse abraço enlaçado

Misturando pólen e necta

Num balé sincronizado

Descansar pra ver o dia

E o amor em seu reinado

Sem as manchas, do pecado.

Sem a morte e seu final.

Sem os olhares do ódio

Sem a traição banal.

Só casulo e borboletas

E um imenso roseiral.

E nesse enlace total,

Sem ter caçador nem presa.

Só eu você e a noite

e a lua divina alteza.

Eis que vem o sol e flagra,

O coito da natureza.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 03/10/2009
Código do texto: T1845298
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