CORDEL PARA NÃO DORMIR

Cordel que não tem fim

Porque me faz alegrar

Tenho nesse mesmo dom

A arte de me fantasiar

Invento coisas para o real

Porque é meio e um sinal

Vem na mente o fraternal

E todos os amigos, que tal

Assim, se vai confeccionado

E tudo vira de bom grado

Na história da nossa poesia

Que tem na rima a vocação

Faz de tudo virar, oração

Assim, é que é a realidade

E não aquela besteira

De somente objetividade

Porque na universidade

Está mais pra falsidade

Do que para uma verdade

Ainda mais em que pensa

Ter a tal de genialidade

A história da nossa vida

Vem mesmo é do animal

Que tem tudo de irracional

Mas não esquece seu instinto

E não tem nada de um tal

A poesia é pra isso, viver

Faz o corpo estremecer

Torna a alma mais sagrada

Porque se faz engraçada

O poema tem que terminar

A vontade é assim, continuar

A gente pára para dormir

Porque tem que descansar

Mas se deixar, a cabeça

Novamente se desimbesta

E faz poesia até no sonhar

Fazendo o sono, acordar

Mas isso não vai acontecer

Porque deitar já é poetizar

E vou logo pra minha cama

Que os dedos são sacana

Dizem que se vai acabar

Mas, quando vê, faz voltar

Mas, vou agora, parar

Para ir logo acobertar

Debaixo dos meus lençois

Sonhando no novo amanha

Fazendo essa a minha graça

Para não ficar como tan-tan.

arrab xela
Enviado por arrab xela em 01/10/2009
Reeditado em 01/10/2009
Código do texto: T1841420
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