CORDEL PARA NÃO DORMIR
Cordel que não tem fim
Porque me faz alegrar
Tenho nesse mesmo dom
A arte de me fantasiar
Invento coisas para o real
Porque é meio e um sinal
Vem na mente o fraternal
E todos os amigos, que tal
Assim, se vai confeccionado
E tudo vira de bom grado
Na história da nossa poesia
Que tem na rima a vocação
Faz de tudo virar, oração
Assim, é que é a realidade
E não aquela besteira
De somente objetividade
Porque na universidade
Está mais pra falsidade
Do que para uma verdade
Ainda mais em que pensa
Ter a tal de genialidade
A história da nossa vida
Vem mesmo é do animal
Que tem tudo de irracional
Mas não esquece seu instinto
E não tem nada de um tal
A poesia é pra isso, viver
Faz o corpo estremecer
Torna a alma mais sagrada
Porque se faz engraçada
O poema tem que terminar
A vontade é assim, continuar
A gente pára para dormir
Porque tem que descansar
Mas se deixar, a cabeça
Novamente se desimbesta
E faz poesia até no sonhar
Fazendo o sono, acordar
Mas isso não vai acontecer
Porque deitar já é poetizar
E vou logo pra minha cama
Que os dedos são sacana
Dizem que se vai acabar
Mas, quando vê, faz voltar
Mas, vou agora, parar
Para ir logo acobertar
Debaixo dos meus lençois
Sonhando no novo amanha
Fazendo essa a minha graça
Para não ficar como tan-tan.