As purezas do sertão> Autor: Damião Metamorfose.

Visto de todos os anglos,

Nos mais diversos perfis.

A natureza é perfeita,

Com seus detalhes sutis.

Quanto mais eu te contemplo,

Mais a tiro como exemplo,

Pouco ou quase nada eu fiz.

Seus múltiplos tons de anis,

Misturam-se as outras cores.

Fragrâncias raras, suaves,

Únicas em seus odores.

Vida alimentando vidas,

Cicatrizando feridas

E amenizando as dores.

Aquarelas multicores,

Pétalas que superam telas.

Pólen fecundando pólen,

Formam novas aquarelas.

Insetos e beija flores,

No necta encontram os sabores,

Que só se encontram nelas.

Nas manhãs ficam mais belas,

Sob a luz do sol nascente.

O vento que sopra traz,

Um perfume envolvente.

Novas flores vão se abrindo

E o orvalho vai caindo,

Fecundando outra semente.

Sob a luz do sol poente,

O campo fica mais belo.

O verde fica dourado,

Predomina o amarelo.

Mudam as cores do horizonte,

E as sombras que vêm do monte,

Parecem com um castelo.

Ao longe o som de um martelo,

Em atrito com uma enxada.

Ecoa sobre as montanhas,

Devido à terra molhada.

Parece o toque de um sino,

Entoando um som divino,

Que vem da mão calejada.

As crianças na calçada,

Sobre a luz do sol resta,

Inventam mil brincadeiras.

E enquanto isso a floresta:

Que era verde fica prata

A luz da lua, e a cascata,

Faz as percussões da festa.

A vida se manifesta,

Em cada palmo de chão.

E eu meio pesaroso,

Faço a minha oração.

Pedindo Deus me ajude,

Pra que o progresso não mude,

As purezas do sertão.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 27/09/2009
Reeditado em 04/11/2016
Código do texto: T1834119
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