ACIDENTADA

Foi uma senhora queda
Por cima de um bueiro,
E daquela que nos quebra
Até por meses inteiros.
Em trinta e um de agosto
E deste corrente ano,
Não foi com chave de ouro
Mas com um majestoso tombo.

Desde então estou engessada
Com raiva por ter caído,
Algo que não esperava
E como tenho sofrido!
E que fui muito apressada,
Arrependo-me por ter corrido
Mas o que está feito é fato,
Só lamento o ocorrido.

E muito pior ainda,
Foi na véspera de uma festa,
Que teria sido linda
Se não fosse aquela queda.
Eu iria conduzir meu filho até o altar,
Próximo aquela data era,
Que ele ia se casar
E eu pretendia estar bela...

Mesmo assim eu me esforcei
E na data confirmada,
Com carinho me arrumei
Mesmo estando engessada
E conduzi o meu filho
Com muito amor e carinho
Sem prejudicar o brilho
Da festa do meu menino.

Eu continuo engessada,
Meu braço dói e incomoda,
Não consiga fazer nada,
Dizem que eu lancei a moda
Pois mesmo muito arrumada,
Não me livrei da tipóia
Ela é que me amparava,
O que faz até agora.

Infelizmente até quanto
Ainda não sei dizer,
Mas ao lembrar-me do tombo,
Tudo começa a doer.
Esquecer eu não sei como,
Prefiro nem esquecer.
Se o gesso me pesa tanto
Ai meu Deus, o que fazer?

É esperar que os médicos
Digam-me: CONSOLIDOU!
E me tirar os remédios
Que me aliviavam a dor.
E que estou de alta espero
Já não suporto o calor,
Que também me causa o gesso
E tanto mal me causou!

Até mesmo o meu cabelo
Não há como pentear,
Só disponho de um dedo
Para puder digitar
Não durmo, pois tenho medo,
De dormindo machucar.
Não vejo a hora que do gesso
Consiga me libertar.

Brasília, DF
27/09/2009