O PATINHO FEIO( livre adaptação em cordel) - I
A pata, toda orgulhosa,
acomodou-se no ninho
esquentou todos os ovos
para ter os seus filhinhos
esperou com paciência
ficando na indolência
à espera dos bebezinhos
Os dias foram passando
e ela continuava lá
vinha o dia depois da noite
ela no ninho a esperar
em pouco toda ninhada
viria alvoroçada
só lhe restava esperar
O dia finalmente chegou
nasceram vários patinhos
suas amigas vibraram
correram a ver os bichinhos
tinham a carinha da mãe, ai!
nenhum parecia com o pai
eram todos tão fofinhos
Logo estavam correndo
na direção do laguinho
a mãe pulou solta na água
logo depois os patinhos
quando contou seus filhotes
na contagem e no rebote
faltava um dos bichinhos
Ligeira olhou para trás
e lá estava o coitadinho
sem coragem para entrar
ficou na margem sozinho
foi até lá e o encorajou
bem delicada o empurrou
e ele caiu no laguinho
Mas, coitado do patinho
estava se afogando
caiu n'água desajeitado
e nadar estava tentando
seus irmãos todos fagueiros
gargalhando zombeteiros
ficavam dele zoando
Depois, já equilibrado,
atrás dos outros nadando
lá se foi todo contente
a mãe já n'água liderando
mas sem ter tanta destreza
nadando nada beleza
para trás ia ficando
Não ficou somente nisso
os dias foram passando
enquanto os filhos cresciam
mamãe pata foi notando
que o filho deselegante
mudava a todo instante
ficava sempre mudando
Maior do que os seus irmãos
com asas desengonçadas
que lembravam para-quedas
e pareciam engraçadas
Era todo diferente
qualquer mãe depressa sente
havia coisas erradas
Nem parecia seu filho
quac quac ele não fazia
grasnava tão esquisito
ela nem reconhecia
pois o jeito como a chamava
já nem de longe lembrava
o filho que tanto queria
O patinho também percebeu
e se sentiu abandonado
ninguém brincava com ele
ficou marginalizado
um dia nada contente
viu que era diferente
e lamentou inconformado
...continua