VENTINHO
o ventilador é uma grande invenção,
inventado por não sei quem,
sempre me serviu lá no Maranhão.
é bom o bastante pra matar o calor,
com ele, a gente aprende a ficar com menos dor,
pode ser na pele, porque na alma não tem jeito,
mas a graça dele é o ar rarefeito.
sempre gostei do bem dito, na nossa residência,
ele nos alegrava e esquecia a nossa impaciência,
lá ele foi instalado no teto,
pra gente ficar melhor e quieto.
de noite ninguém conversava,
o bichinho ligado, alegrava,
todo mundo dormia com maior tranquilidade,
à noite, com toda vontade,
o ventilador é era nosso guardião,
porque nos esfriava na ensolação.
o calor, como sabem, era infernal,
até o capeta rejeitava o local,
bom mesmo, era nosso amigo ventilador,
inventado pra amenizar o calor.
era pequeno, ou grande, ou ficava lá encima,
olhava pra gente, e cuspia um ar,
que deixava todo mundo se alegrar.
a testa, nos cabelos, vinha seu ventinho,
conseguido pelo pai, chamado bentinho,
que alegrava os filhos, com o comprar,
originado de um homem que soube trabalhar.
até hoje, vivo com esse ventinho,
na era do ar condicionado,
não esqueci do meu amigo,
que sempre me fez apaixonado.
paixão por ventilador é coisa esquisita,
ai de mudar esse verso pra não passar má impressão,
mas, vou explicar, pra não ficar parecendo piração,
a metáfora do vento, precisa ser dita,
da testa vinha o ventinho,
mas com ele, o sopro, era do bentinho.
é desse que vem saudade,
do vento também,
porque ali, existia um alguém.