TORNEIRA FECHADA
eu era uma torneira,
e não sabia,
pensava que era interessante,
tinha uns que até sorria.
vejo hoje, o estrago do passado,
metido a besta,
e mais parecido com jumento,
que não sabia, nada de discernimento.
era doido de tudo,
de porre,
de estudo.
mulher que era bom, nada
não caçava, e só vivia atordoado,
na verdade, eu não sabia, mas era caçoado.
perdia tempo com besteiras,
coisas úteis nada fazia,
só havia mesmo, tristeza,
e olha, que eu nem sabia.
assim, foi bom, porque hoje aprendo,
que com a vida não se brinca,
embora ela seja uma brincadeira,
melhor mesmo é não fazer besteira.
jumento já fui, porque pensava demais,
engraçado, que mais pensa,
é que tem orelhas grandes,
eu sempre acreditei no contrário,
passei mesmo, como otário.
não vou repetir a lição,
porque dói na mente,
e no coração.