BRINCADEIRAS
Na infância era todo tipo de brincadeira,
subia na terra e empinava pipa,
jogava até debaixo da amendoeira.
Tinha todo tipo de arte,
chucho, era sempre nos dias molhados,
quando a chuva parava,
ia logo na terra fofar, pra ver se ganhava.
Sempre brincava de costurar o chão,
cortando toda a terra e fazendo um esqueletão,
debaixo da amendoeira,
na frente do comércio do meu paizão.
Também tinha o brincar de peteca,
que era a bolinha de gude,
ali, eu não era muito bom,
mas tinha dias que ficava quase rude.
Mirava na bolinha, e olhava dentro do olho,
coloca a petequinha perto da visão,
e atirava com torda força,
até escolher a tacada no outro bolão.
Sempre um dizia, “cagada”, reclamando,
o importante, é que eu sorria,
e logo ganhava o jogo, ou perdia,
mas bom mesmo era jogar, com a galera da vizinhança,
que não dava mole pra gente nenhum,
porque o importante também era ser qualquer um.
Brincava também de papagaio,
empinava a pipa,
dava cada sacalão,
que era mexer a bicha no ar,
como se fosse um animalzão.
Ela sacudia e abaixava,
emborcava até perto do chão,
parecia um bicho vivo,
que descia do céu até lá perto da população.
Todo mundo gostava de ver,
e também de admirar,
a gente não esquece,
porque da infância não há de se admoestar.