Sonambulismo

Chinelo,

no quarto,

de noite,

pra acordar,

levanto,

sem saber,

como hipnotizar.

Parece,

loucura,

mas é coisa

de criança,

doença,

dizem os médicos,

um tal de sonambulismo,

sei mesmo, que causava,

o maior rebuliço.

De noite, levantava,

eu de um lado,

do outro meu irmão,

até parecia

que na casa tinha ladrão.

Era dialogo do dia alongar

conversava dormindo,

e gente do lado,

ficava era com medo,

da gente brigar.

Chega a ser engraçado,

falar dormindo,

eu até lembro de certos sonhos lembrados,

como no dia, em que andei arrumado.

Estava no interior,

na terra do Maranhão,

lá em Buriti Bravo,

onde meu pai tinha morado,

de noite ele viajou,

eu fiquei enrolado.

Talvez de medo, não sei,

só sei que não aguentei,

fui dormir emburrado,

e o resultado,

levantei arrumado.

Todo vestido,

com calça e camisa,

e até o tênis calcei,

ainda bem,

que não me arrebentei.

Fiquei na porta,

sonhando acordado,

vendo a noite passar,

com o mesmo olhado.

Á noite se foi,

e eu na porta a vigiar,

minha tia sentiu frio,

e foi averiguar.

Era o diabo do menino,

acordado e virado,

olhando a lua,

e vidrado.

Com os olhos eu via,

as pessoas passando,

tudo imaginação,

já que estava na rua, depois da meia-noite,

e era só sonhação.

Mas, assim lembro bem, desta lembrança,

do sonho recordo,

não lembro é do acordar,

nem mesmo do levantar,

e menos ainda do delirar.

Só sei que foi assim,

já dizia o personagem,

não é mentira, é coisa de verdade,

que a gente vive fora da realidade.

arrab xela
Enviado por arrab xela em 12/09/2009
Código do texto: T1805519
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