DISTÂNCIA

(à Ewerton e Érica, separados pelo atlântico)

Tendo em suas mãos um globo

Tentou medir a distância.

Um palmo de sua mão,

Era essa a impedância!

Mas que significância

Pode haver nessa extensão?

Foi quando pousou sua mão

Sobre o peito, outrora calmo,

E descobriu que num palmo

Cabia seu coração!

Tendo em suas mãos um mapa

Concentrou sua atenção

Naquele país adonde

Fora morar sua paixão.

Tinha com isso a ilusão

De sentir mais uma vez

O cheiro de sua tez

Brotar da rosa-dos-ventos

Sem ver que seus pensamentos

Já não tinham sensatez!

Mas o tempo escorre aos poucos

Quase sem velocidade

Na ampulheta da vida

Dando-lhes vivacidade

E quando se reencontrarem

Choverá felicidade!

O todo terá mais vida!

Bem mais que meras metades!

E dentre noites seguidas

Matarão suas saudades!

O céu cravado de estrelas

Entre as nuvens sorrirá

Os calafrios da noite

Em brisa os abrasará

E um sol de amor nascerá

Auroreando com vida

A insônia mal dormida

Dum amor itinerante

Que regressa ao quadrante

De onde fez a partida!

João Pessoa, 10/09/2009.