Comigo o rojão é quente... mote> Autor: Damião Metamorfose.
Mote: domínio publico, glosas: Damião Metamorfose.
Eu aqui me apresento
mais não sou apresentado
seja em pé ou sentado
canto a todo o momento
sou veloz tal qual o vento
ninguém vai me segurar
não paro em nenhum lugar
sou um poeta emergente
comigo o rojão é quente
canta quem sabe cantar
E já estou de partida
pra outro estado ou cidade
site ou comunidade
é meu estilo de vida
todo dia nessa lida
não quero me aposentar
quem quiser me acompanhar
já sabe não vai na frente
comigo o rojão é quente
canta quem sabe cantar
Venham na metamorfose
deixem aqui um recado
tomem um café trovado
em deca,déssimas,ou glose
não vai gastar celulose
nem tinta pra digitar
não tem fila pra voar
nem perigo de acidente
comigo o rojão é quente
canta quem sabe cantar
Como um bom capitalista
e aluno de poeta
minha safra é seleta
canto a prazo e pago avista
nos teclados sou artista
bom amigo e popular
estou em todo o lugar
espalhando meu repente
comigo o rojão é quente
canta quem sabe cantar
Sempre que entro em peleja
o cabra logo amofina
quebra corda e desafina
deixa a cota da bandeja
se é forte ele fraqueja
e gagueja em seu versar
eu não escolho o lugar
se tem muito ou pouca gente
comigo o rojão é quente
canta quem sabe cantar
Sou canhoto maledito,
mão torta de roçadeira.
Poeta em minha peneira,
não me ganha nem no grito.
Traço ele cozido ou frito,
seja no almoço ou jantar.
e se me desafiar,
será mais um indigente.
comigo o rojão é quente,
canta quem sabe cantar.
Quem cantou comigo sabe
o peso da minha rima
minha estrofe é obra prima
e não é porque eu me pabe
ouça deguste e babe
mais não ouse copiar
quem tentou me imitar
já nem mora entre a gente
comigo o rojão é quente
canta quem sabe cantar
Quem aguenta esse rojão
não copia só inventa
não agride nem lamenta
faz versos com precisão
do contrário o cabra não
deve a viola afinar
nessa arena pra brilhar
eu conheço pouca gente
comigo o rojão é quente
canta quem sabe cantar
Rico e bonito eu não sou,
Pobre e feio também não.
Sou um simples cidadão,
Que da fome escapou.
Mais Deus não me deserdou,
Me deu forças pra lutar.
e esse dom de versejar,
É o dote do pretendente.
Dou também meu rojão quente,
Que não canto por cantar.