Corno virtual > Autor: Damião Metamorfose.

Depois do velho vinil

Do gravador com cassete

Do vídeo de oito cabeças

Do três em um, do disquete.

Cd câmara digital

Hoje é comum, é normal.

Ter acesso à internet

Mas essa nova vedete

De universo tão fecundo

Não diz quem é bom ou ruim

Sério honesto ou vagabundo

Faz qualquer um criar asa

Pondo o mundo em sua casa

Ou abrindo ela pro mundo

Em pouco mais de um segundo

Você reinventa ou cria

Um herói ou personagem

Na sua telinha fria

Faz o mundo acreditar

E o mais cético jurar

Que não é uma fantasia

Pena que a doce magia

Pode causar grande mal

Mesmo um perito no assunto

Sendo ou não racional

Baixa a guarda pro perigo

E deixa seu inimigo

Secar roupa em seu varal

Nas lanhouses é normal

Qualquer hora, noite ou dia.

Ver gente seria ou não

Cabeça boa ou vazia

No msm ou no orkut

Todos se dando ao desfrute

Destilando hipocrisia

Eu que escrevo poesia

Faço da NET um mural

Em cada verso ou estrofe

Denuncio bem ou mal

Algum perigo que ronda

E hoje eu vou falar da onda

Que globalizou geral

É o corno virtual

Que uns chamam de lesado

Bate esteira, boi, chifrudo,

Ou idiota antenado.

É uma dupla navalha

Homem e mulher botam galha

Através de um teclado

Tem sempre um desocupado

Ou uma desocupada

Que a noite perde o sono

Ou ao dia não faz nada

É um bom dia, um oi.

Quando você vê já foi

Pro brejo a sua boiada

Você pode dar risada

Com o que acabou de lê

Também pode ignorar

Desligando o seu PC

Difícil é cortar o mal

Porque o corno virtual

Pode ser eu ou você.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 09/09/2009
Reeditado em 23/08/2016
Código do texto: T1800135
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