Um tem tanto e ôtros não, óia os peitio da Rosa / interagindo cum Claraluna e Heliodoro

Min cazei cum Zetinha

E caí numa esparrela

Ao contrário da Rosinha

Eu num axêi nada nela

Quando o califon ela tirô

Só tinha pano qui horrô

Xita brim e flanela.

Além do mais num tinha peitio

Tava liso feitio u’a régua

Aí intonci foi o jeitio

Pedií pra ela u’a trégua

Num dismanxêi o casamento

Mais despois tomei intento

Esse trôxa fio du’a égua.

Bancano o bom rapaiz

Os seus peitio num amassei

Cum respeitio e tudo mais

Xupá as teta num pensei

Intão para bancá o ômi

Mandei ela botá selicone

Pra tudo num ficá fêi.

Mais nun tem nium gosto

Pois o leiti num sai não

Eu tô num grande disgosto

Qui inté já fiz u'as oração

Pra mim da mais paciênça

Pra mim tumá u’a tendênça

Pra rezorvê a questão.

Oiano os decote de Rosa

E dos peitão quéla tem

Cunféço num sô de proza

Mim deu um dizejo tomém

De infiá as minha mão

E garrá aqueles peitão

Qui da leiti pra mais de cem.

Cum aqueles peitão

Qui o Heliodoro ta a gamá

Digo qui êçi garotão

Fomi num ia mais passá

Qui mim descurpe a Zetinha

Mais cum os peitio da Rosinha

A vida era só de mamá.

Eu ia tê mais aligria

Na vidinha cotidiana

Eu ia mamá todo dia

Só sete dia na sumana

Ou mamava o ano intêro

Sem nium dizispêro

Num ia cumê mais banana.

Cum aquele leite da Rosinha

Num percizava fera fazê

Cumprava uns quilo de farinha

E de mingau eu ia vivê

Dava um adeus pra Zetinha

Eu ia ficá cum a Rosinha

Mais sem o Heliodoro vê.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 04/09/2009
Reeditado em 04/09/2009
Código do texto: T1791841