É a vida que Deus nos dá!


Quando seca não havia
Pelas bandas do sertão
No rio pescava tainha
No campo havia limão
A comida era gostosa
Cheirava mais que a rosa
Era comida das boas
Fartura de tudo havia
Nossa vida era alegria

Ninguém se achava prosa!

Nas noites de lua cheia
Em volta de uma fogueira
Não havia moça feia
Mas muita mulher faceira
Espalhando seu perfume
Que se tornava um lume
Pra o homem apaixonado
Que corria prazeroso
Pra o seu colo amoroso
Seu altar, seu doce nume!



Um cafuné de mansinho
Ou um cheiro no cangote
Uma forma de carinho
Que nos servia de mote
Pra a viola não parar
Indo até o sol raiar
Não se falava em cansaço
Só risos e animação
E o vicejar da paixão
Que vinha para alegrar!



A lua olhava de cima
Sorrindo e invejando
Ao som da doce rima
Os casais se abraçando
Bem perto dos roserais
O canto de muitos "ais"
Doces vozes sussurradas
Moiçolas tão recatadas
Rendidas, apaixonadas
Que já não pensavam mais!



Hoje olho o meu sertão
O solo todo crestado
Qual um mal no coração
Que o homem foi tomado
As flores todas murcharam
As violas já se calaram
Fogueiras não mais existem
A moçoila, ora senhora
Muitas já foram embora

Algumas nem mais voltaram!

Segue viva e cantando
A minha boa memória
Da beleza recordando
Dos muitos dias de glória
Que viveu o meu sertão
E alegrou o meu coração
Foram dias inesquecíveis
Alegria que eu não esqueço
Pois sei que ela eu mereço
Devo a minha gratidão!






bjs,soninha
imagem do google

Sônia Maria Cidreira de Farias
Enviado por Sônia Maria Cidreira de Farias em 31/08/2009
Reeditado em 24/02/2010
Código do texto: T1784779
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.