Um soldado, “um amigo”, uma medalha. Autor: Damião Metamorfose.

Quando alguém está no fronte,

Não tem como analisar.

Quem é que está do seu lado,

Ou contra você estar.

Sabe-se do inimigo,

Mas ao lado o seu amigo,

Pode tentar te matar.

Antes de a guerra acabar,

Muitos acordos são feitos.

Muitos soldados são mortos,

Ou quase mortos em seus leitos.

Onde tem uma disputa,

Sempre existe uma má conduta,

Bem armada e com defeitos.

Não se dão por satisfeitos,

Com tantos corpos sem vida.

Por mais que se estude a mente

humana, é desconhecida.

Fraco por forte tem ódio,

e por um lugar no pódio,

O próprio amigo liquida.

Pensando ser a saída,

Mata o melhor companheiro.

Que mais te deu proteção,

Que se doou por inteiro.

E o soldado canalha,

Troca o amigo em medalha,

Ou falso por verdadeiro.

Mas o soldado guerreiro,

Não diz quem puxa o gatilho.

Pede que façam silencio,

Não contem nem pro seu filho.

Quando não suporta as dores,

Dorme livre dos horrores,

Nem tombado perde o brilho.

Aos livrar-se desse atilho,

Recomeça outra batalha.

Sem inimigos, sem fronte,

Longe do amigo canalha.

Mesmo livre do perigo,

Jamais carrega consigo,

A sua ultima medalha.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 26/08/2009
Código do texto: T1774903
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