Caju, cajueiro.

Do caju se toma suco,

Dele ainda se tira castanha.

Curte a pinga e é tira-gosto,

Mas as vezes parece estranho.

É gostoso e versátil

Todos gostam e saboreiam,

Porque então a mente vil,

Esta fruta alguns golpeiam?

Começamos ainda no pé,

Porque nasce de ponta a cabeça?

Ainda que me pareça,

Coisa de quem não tem fé.

Esta fruta é inversa

Olhando sua semente,

Que nasce do lado de fora

E quem diz que a polpa é fruta, mente.

A fruta é a castanha

Da polpa não sei dizer.

Causa uma estranheza tamanha

Que penso duas vezes “pra” dizer.

Se eu fosse uma fruta

Escolheria o caju.

Que dois jeitos têm na vida

Feito bossa e maracatu.

O lado da polpa é rico

Se faz doce e o suco refresca.

Alegra o calor doído

Até de quem o detesta.

Da castanha dura

Não se sabe o que tem dentro

Tem que esquentar com fogo bruto

Para tirar o seu talento.

Vai ver que foi assim

Que Deus fez o caju

Para mostrar aos “homenzins”

Que não precisa ser nu.