A CORAGEM DE LINA E MARINA

I

O Palácio do Planalto

Tem medo de duas meninas.

Uma delas veio do Acre,

Conhecida por Marina,

A outra de Pernambuco.

Porém é mesmo de Minas.

II

Da Receita saiu a Lina,

Que desmentiu a ministra.

Que pensa ser presidente

Duma maneira sinistra,

Com o tal bolsa-família

E o PAC que administra.

III

Coragem, que não se registra,

É a dessas duas mulheres,

Sem medo de represálias,

Daquele bando de alferes.

Vingativo, poderoso,

Que explode nos seus amperes,

IV

Para vingança ser célere.

Porém com muita valentia,

Sem qualquer preocupação

de perder toda a regalia,

que tem de suas posições,

entraram em desarmonia

V

Com poder e sua covardia.

Diverso do senador

Que anunciou sua renúncia,

Mas voltou atrás sem pudor

Ao ser por Lula enquadrado

Com muita raiva e furor.

VI

No plenário, tal senhor

Explicou sua não renúncia

De forma triste e bisonha

Pensando só em brogúncias

Que a sua carreira lhe traz.

Ali houve impronúncia.

VII

Mas virá logo a denúncia

Pra que saibam os eleitores

Quem é aquele farsante,

Que ataca os opositores,

Se estes os contrariar,

Atuando nos bastidores.

VIII

Só vivendo de favores

Político, no Brasil,

É sempre comprometido,

E do poder é servil.

Participando do banquete

Que se serve no covil.

IX

E já há gente imbecil,

Contra Lina faz bravata

E também contra Marina.

Insinuam que é cascata

E a posição que tomaram

Foi por perderem mamata.

X

Mas querem é uma oblata,

Como fez o Mercandante

Que se rendeu ao poder

De forma bem vacilante

E mais uma vez nos mostrou

Que não é o que fora antes.

XI

E de maneira arrogante

Aos seus contrários ataca.

Ou justifica sua posição

De forma dúbia e fraca.

Porque poucos tem coragem

De meter o pé na jaca.

XII

Para esses vira-casacas

Vai ainda chegar punição.

As mulheres deram senha

Pra começar a lição.

Talvez não seja agora,

Porém noutra geração.

XIII

Por terem desilusão,

Senadores saem do PT.

Preferem perder mandato

Ou ao governo se vender.

Veja que o Flávio Arns

não deixou se corromper.

XIV

Dispensou o jabaculê.

Porém José Genuíno,

Aquele do mensalão,

Dando uma de vivaldino,

Saiu em defesa do PT

Com todo seu desatino.

XV

O irmão, aquele menino,

Que levou dólar na cueca.

Elegeu-se deputado.

E acertou na loteca.

Para o resto da vida

Vai tirar uma soneca.

XVI

Metido numa sueca

Agora o país se encontra

Se Dilma for presidente

Isso muito nos espanta,

Pois em nós vai cavalgar,

Sem ao menos usar manta.

XVII

Também não há quem garanta

Se continua a democracia.

E na Receita Federal

Muita gente já renuncia,

Com medo de ingerência

Que no local se prenuncia.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, AGOSTO/2009