Mulher Paraense

Essa anda com a peixeira escondida na roupa

Tem a voz grossa e não costuma ser bonita.

O que tem de vergonha em se embelezar,

sobra em raiva pra matar.

Tem a hora do homem chegar,

porque se desafiou à sua regra,

O pai vai lhe atirar

É filha de coronel, comerciante ou fazendeiro

não admite ser traída

e jamais aceita ser a donzela ferida.

De donzela mesmo, só tem o nome

ou melhor, o sobrenome,

é feia pra chuchu,

e o marido lhe agüenta, não pelo amor,

mas pra não ficar como entrou

nu

O pobre se casou pela simpatia

não sabia da dinastia

achou que seria do alto escalão

virou mesmo, foi um sem noção

É chamado de doido na rua

porque vive atravessado pela mulher

ela lhe desse pela guela

ele não pode lhe matar

e ele tá doido mesmo é de se esgoelar.

Ela é que nem xerife de cinema americano

falou tá dito, tem dúvida, vai apanhar, não entendeu, vai estudar, perguntou de novo, vai pra cadeia.

Com ela ninguém titubeia

É mulher que nem capitão

só anda mesmo

é com a peixeira na mão

arrab xela
Enviado por arrab xela em 23/08/2009
Reeditado em 27/09/2009
Código do texto: T1770171
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