Vacina contra a preguiça

O meu sogro sêo Zenani

Homem de muita coragem

Partiu de Pernambuco

Pra fazer longa viagem

Ele, mulher e nove filhos

Veio para São Paulo

Onde havia mais trabalho.

Trouxe parcos recursos,

E enorme esperança

Pra si e suas crianças.

Aos poucos ajeitou todos

C’ a ajuda da sua mulher

Que lhe deu muita assistência.

Trabalhou com persistência

Para os meninos educar.

Zenani contava histórias

Com conteúdo moral

E deu a filhos e netos

Exemplo bem concreto

Pra formação pessoal.

Sua historia preferida

De tão inusitada

até parece piada.

E o velho estrategista

Dela se utilizou como

vacina anti preguiça :

Tonho era um folgado homem

Hibernava numa rede

De onde nunca saia

Nem por fome nem por sede.

Na hora das refeições

Cada qual fazia seu prato

Bem consciente do fato

Que logo após ter comido

O que mais lhes apetecia,

Usasse calça ou vestido,

Ia direto pra pia.

A mãe de Tonho insistia:

_ Ó Tonho tu qué cumê?

Tonho com voz arrastada:

“Sim, eu queeero, mainha”.

_ Venha pegar comida!

E Tonho co’a voz sumida:

“A fome que eu tinha passou”.

Nove filhos de Zenani

E os vinte e cinco netos -

Todos despachados e espertos.

Nenhum quis ser comparado

com Tonho: o preguiçoso.

Todos foram vacinados

Por esta e outras histórias.

O que Zenani não contou

É: de onde foi que tirou

O método eficiente

Pra formar como formou

Uma família decente.

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 23/08/2009
Código do texto: T1770043
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