MERCADORES DA FÉ
Os fiéis de algumas igrejas,
Acreditando na salvação,
Se deixam enganar
Por vigaristas da religião
Que lhes tiram sem piedade
Até o último tostão.
Até o último tostão
Sair dos bolsos seus,
Os fiéis nem desconfiam
Que não é a obra de Deus
Que estão financiando,
Mas a dos cínicos fariseus.
Esses cínicos fariseus,
Achando-se oniscientes,
Usam a fé e o dinheiro
Dos fiéis onipresentes,
Dizendo-se representantes
De Deus Onipotente.
O Deus Onipotente
Não passou procuração
Nem designou ninguém
A vender qualquer quinhão
Tampouco as chaves do Céu
A nenhum cidadão.
E nenhum cidadão
Por Ele foi obrigado
A pagar valor algum
Pelo perdão do seu pecado
Ou por qualquer garantia
De estar ao Seu lado.
Estar ao Seu lado
É a bênção prometida
Pelos mercadores da fé
Aos fiéis sem guarida
E aos mais afortunados
Na escalada da vida...
Na escalada da vida
Alguns fiéis desafortunados
Encontram pela frente
“Líderes” mal intencionados
Que se aproveitam da sua fé
E lhes roubam seus trocados.
Eles roubam seus trocados
E como não bastasse esse mal,
Prometem aos fiéis lesados,
Salvação e coisa e tal,
E que estarão com Deus
Quando do Juízo Final.
Quando do Juízo Final,
O Deus Pai, nosso Senhor,
Escolherá os mais crédulos
E não o maior doador,
Pois não é o seu dízimo
Que o fará merecedor.
O que o fará merecedor
Será sua postura de cristão,
A fé que tem em Deus
E o amor no coração...
Só assim será possível
Conseguir a Salvação.
Conseguir a Salvação
Doando tudo o que tem
Aos mercadores da fé,
Aos vigaristas do “Amém!”
Não é imposição de Deus
Nem de pessoas de bem.
As pessoas de bem,
Pagando dízimos ou não,
Estarão garantidas
Na “Tábua da Salvação”
E quando chegar a hora
Chamadas por Deus serão.