O mascate ateu e ignorante-Autor: Damião Metamorfose.
Existe um velho ditado,
Cada tampa uma panela.
Também tem tipos de gente,
Da mais diversa aquarela.
Bronco, humilde e arrogante,
Educado e ignorante,
Sofisticada e singela.
Hoje eu vou falar daquela,
Que é ateu de nascença.
Não pede nem agradece,
Um obrigado dispensa.
Que só valoriza os seus,
Não usa o nome de Deus
E o dinheiro é sua crença.
Nenhum conselho compensa,
Pra esse tipo de gente.
Nem a melhor mãe do mundo,
Consegue abrir a mente.
De um sujeito tapado,
Bronco, bruto e bitolado,
Que não vê um palmo à frente.
Feito um fruto sem semente,
Uma árvore sem raiz.
Todo ser que não tem fé,
Que só crê no que ele diz.
Mesmo tudo dando errado,
Acha-se realizado,
Só porque fez o que quis.
Ser regra, lei e juiz,
Assim era esse rapaz.
Os seus pais bem que tentaram.
Ensinar como se faz.
Mas o desobediente,
Mesmo errando ia em frente,
Sempre se achando sagaz.
Jesus Cristo ou satanás,
Santa, santo, ave Maria.
Se alguém citasse um desses,
Ele sempre respondia.
Dizendo: a vida é um jogo,
Céu, inferno, água ou fogo,
Nenhum me serve de guia.
Todo mundo o conhecia,
Como um herege ateu.
Pra tudo tinha respostas...
Mais ou menos como eu.
Mesmo perdendo a batalha,
Sua língua de navalha,
Falava: é problema meu.
Certo dia aconteceu,
Um fato inusitado.
Ele saiu pra vender
Uns patos, no povoado.
Mesmo sendo um indigesto,
Ele era um mascate honesto,
Respeitoso e respeitado.
Por está endividado,
Com seu saldo no vermelho.
Foi procurar sua mãe,
Mansinho feito um fedelho.
Mãe é mãe nunca desiste
E a mesma ao vê-lo tão triste,
Arriscou dar um conselho.
Filho... Deus é o seu espelho,
Sabe o que deseja quer.
Agradeça e diga sempre,
“Seja o que Deus quiser”
E ele sem titubear,
Disse: se Deus não comprar,
Eu vendo a outro qualquer.