Cordel em Quadras:Lavadeirinhas
Lavadeirinhas
Clevane Pessoa
Para amenizar a lida,
as lavadeiras de Minas
lavam cantando demais
o que lhes vai pela vida...
Rezam louvando a Maria,
cantarolam seus amores,
em coro choram suas dores,
sérias, mostram sua alegria,,,
Nas pedras batem os panos,
às vezes soltam risadas
enquanto dão suas braçadas,
as mesmas de tantos anos...
Às vezes, roupas perseguem,
que lhes fugiram das mãos,
os peixes são seus irmãos
por mais que os peixes o neguem...
Velho Chico, um grande rio,
acostumado às cantigas,
vê nelas grandes amigas,
a ninar seu passadio...
Os passarinhos se intrigam:
de que penas são tais vozes,
cantando lentas, velozes,
que sobre as margens se abrigam?
No Jequitinhonha, do Alto
cantam tanto as de Almenara,
que seu coro, qual jóia rara,
está num CD bem lauto...
Cantavam as ribeirinhas,
em Portugal, no passado,
e ao vir prá cá, com agrado,
trouxeram suas musiquinhas...
Por isso cantam as baianas
quando lavam na Abaeté,
linda lagoa - e com fé,
rezem sagradas, profanas...
Sobre madeira flutuante
- cada mulher tem seu porto
por questão de mais conforto
a cabocla lava expectante:
vigia se o boto aparece,
peixe em moço transformado,
um sedutor encantado
(senão a barriga cresce)...
As roupas brancas clareadas
à luz do sol, clareador,
ficam alvas, sim senhor
e depois serão engomadas...
São lindas as lavadeiras,
em belas coreografias
ensaiadas todos dias,
dançam e cantam faceiras
E esse show, sem ser ensaiado
toca qualquer coração,
pois corpos, braços, sabão,
são um todo sincronizado...
Desaparecem os cansaços
nas canções alegrezinhas
que são seus melhores traços
-Que cantem sempre,avezinhas!
Lavadeirinhas
Clevane Pessoa
Para amenizar a lida,
as lavadeiras de Minas
lavam cantando demais
o que lhes vai pela vida...
Rezam louvando a Maria,
cantarolam seus amores,
em coro choram suas dores,
sérias, mostram sua alegria,,,
Nas pedras batem os panos,
às vezes soltam risadas
enquanto dão suas braçadas,
as mesmas de tantos anos...
Às vezes, roupas perseguem,
que lhes fugiram das mãos,
os peixes são seus irmãos
por mais que os peixes o neguem...
Velho Chico, um grande rio,
acostumado às cantigas,
vê nelas grandes amigas,
a ninar seu passadio...
Os passarinhos se intrigam:
de que penas são tais vozes,
cantando lentas, velozes,
que sobre as margens se abrigam?
No Jequitinhonha, do Alto
cantam tanto as de Almenara,
que seu coro, qual jóia rara,
está num CD bem lauto...
Cantavam as ribeirinhas,
em Portugal, no passado,
e ao vir prá cá, com agrado,
trouxeram suas musiquinhas...
Por isso cantam as baianas
quando lavam na Abaeté,
linda lagoa - e com fé,
rezem sagradas, profanas...
Sobre madeira flutuante
- cada mulher tem seu porto
por questão de mais conforto
a cabocla lava expectante:
vigia se o boto aparece,
peixe em moço transformado,
um sedutor encantado
(senão a barriga cresce)...
As roupas brancas clareadas
à luz do sol, clareador,
ficam alvas, sim senhor
e depois serão engomadas...
São lindas as lavadeiras,
em belas coreografias
ensaiadas todos dias,
dançam e cantam faceiras
E esse show, sem ser ensaiado
toca qualquer coração,
pois corpos, braços, sabão,
são um todo sincronizado...
Desaparecem os cansaços
nas canções alegrezinhas
que são seus melhores traços
-Que cantem sempre,avezinhas!