Cordel da zanga zangada ( EC)
Quando me bate uma zanga
abro o peito, solto a franga
falo pelos cotovelos
mostro a garra, eriço os pelos
não é que eu seja aloprada:
pra brigar eu dou boiada
Quando fico p da vida
armo o que até Deus duvida
faço bico, ofendo, emburro
em ponta de faca esmurro
eu não fico só de mal
mato a cobra e mostro o pau
Dizem uns que sou histérica
que conter-me é lida homérica
outros que sou barraqueira
é intriga da oposição:
desgraça pouca é besteira
sou mulher de opinião
Muita calma nessa hora
senão a fera apavora
dou chilique, faniquito
arrebento e arrebito
viro bicho, incrível Hulk
da finesse, adeus o look
Não mexa comigo, moço
que eu não engulo caroço
no facebook e orkut
me vingo, no saco um chute
posso não ter muito músculo
mas sou mulHer, agá maiúsculo.
( antes que me perguntem:
Eu não, eu sou de paz.
Quando fico irritada de fato, paro, penso e ajo.
Cão que muito ladra se dana. )
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Quando me Zango
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