O meu maior presente Autor: Damião Metamorfose.

Quando estou escrevendo,

Embarco numa viagem.

Onde crio personagens,

Situações e imagem.

Abro a janela da mente

E mostro o que ela sente,

Com movimento e paisagem.

Cada verso é uma mensagem,

Cada estrofe um rebento.

Onde eu tento transmitir,

O que manda o pensamento.

Momentos que eu passei,

Que vi, ou só inventei,

Pra ilustrar o que invento.

Nesse cordel apresento,

Apenas minha visão.

O que penso de um assunto,

Que gera até discussão.

Mas eu sei que no final,

Se fosse a um tribunal,

Eu ganhava essa questão.

Em minha opinião,

O assunto é abrangente.

Porque discute uma tese,

Que envolve muita gente.

Por isso chamo atenção,

Para a minha opinião,

Sobre o meu maior presente.

Não é ser inteligente,

Porque se sou eu nem sei.

Nem é herança, dinheiro,

Porque nem isso eu herdei.

Cultura, beleza, amor,

Ficam quase sem valor,

Comparado ao que ganhei.

É complicado, eu sei,

Subestimar a riqueza.

Não dar valor aos valores,

Sem se sentir na pobreza.

Mas meu presente eu garanto,

Leva-me pra qualquer canto

E tem muito mais nobreza.

Por isso tenho certeza,

Que todos vão concordar.

Que estou cem por cento, certo,

Por insistir em falar.

Que o meu presente é nobre

E não tem rico nem pobre,

Que não vá querer zelar.

Às vezes fico a pensar,

Se não fosse esse presente.

O que será que eu seria,

Forasteiro ou delinqüente.

Um ser quase sem futuro,

Que vivia no escuro,

Feito estrela cadente.

Sem passado e sem presente,

Sem fechar ou abrir porta.

Porque sem esse tesouro,

A minha chave era torta.

Igual um bicho do mato,

Vivendo em anonimato,

Feito natureza morta.

Nenhum humano suporta,

Mesmo que tenha dinheiro.

Viver sem esse presente,

Que alias é o primeiro.

Que se ganha ao nascer

E até depois de morrer,

Indica o seu paradeiro.

Ele é único e verdadeiro,

Herança quase infinita.

A marca do seu caráter,

O seu cartão de visita.

Mas sei que infelizmente,

Tem gente que inconsciente,

Chama de herança maldita.

Em qualquer um ele habita,

Segue-te no dia a dia.

Do nascimento a morte,

Será sua companhia.

E mesmo depois de morte,

No jazigo ele é suporte,

Com cruz e estrela guia.

Em casa na padaria,

Na igreja no mercado,

No trabalho em uma festa,

Cidade, país, estado.

Na alegria e na dor,

Enfim, onde você for,

Esse presente é citado.

Quando ele é bem zelado,

Leva o dono a ascensão.

Agora vou revelar,

O pivô dessa questão.

Pra mim o maior presente,

Que ganha qualquer vivente,

É um nome em certidão.

Muitos não têm a noção,

Do valor que tem um nome.

É o primeiro presente,

Mas nem todo mundo assume.

Muitos negam até os pais,

O meu eu zelo demais,

E não sujo nem por fome.

Pode mudar o costume,

Religião ou lugar.

Até mesmo o seu nome,

Se o outro não te agradar.

Mas aquele que seus pais,

Registraram nos anais,

Sempre vai te acompanhar.

O meu eu não vou mudar,

Eu sou: Damião Batista

de Moura, o metamorfose.

Um aprendiz de artista.

Nem pior do que se pensa,

Nem melhor, sou diferença,

Nordestino e cordelista.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 12/08/2009
Reeditado em 15/08/2009
Código do texto: T1749595
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