NO MATO SEM CACHORRO
Obs: Originalmente publicado na Usina de Letra em 04/09/2007 ( e continua atual!...)
O negócio tá mesmo feio
Nesse Brasil complicado,
A saúde há tempos morreu
O progresso, tá desenganado
Não acaba o analfabetismo
Não se aprende o catecismo
O jovem vive desorientado.
No cordel, baixo o cacete
Em tudo que sei de errado,
Aprendi com meus pais
Ser um cabra bem honrado,
Ser pobre não é defeito,
Mas, ser burro o sujeito
É o que me deixa indignado.
Dizem que o pior cego
É o que não quer enxergar,
Mas até os cegos estão vendo
A mandioca só entrar
Segurança Pública inexiste
O inseguro só anda triste
Com o ladrão vindo lhe roubar.
Aqui no Espírito Santo
No Hospital da Mulher
Faleceu uma jovem grávida
Assumir culpa, ninguém quer,
Por duas vezes foi internada
Nas duas, sempre liberada...
Morre pobre, de onde vier!
O aeroporto de Vitória
Passaria pra internacional
O barbudo garantiu entrega
Pro ano passado, antes do natal
A obra anda paralisada
Dizem que é superfaturada
Já foi notícia de jornal.
No mato sem cachorro
Assim estão os brasileiros
O político mais honesto
É o senhor Renan Calheiros,
Tem boi, que não dá conta
A vaca já vive tão tonta
Que não muge... solta berreiros!
Mas, a maioria tá gostando
Pois só cresce na pesquisa
O barbudo aluno de Fidel
Que na linguagem desliza,
De pai e mãe analfabeto
Cesta básica pra avô e neto
Mordomia pra sua Marisa!
É o país dos desdentados
Dos catadores de papelão
Da falta de oportunidades
Da mendicância de um pão
Quem tem emprego tá feito
Mas ser honesto é defeito
O mais certo é virar ladrão!!!
Goltara - 10/08/2009 - 17:55