COISAS DO SENADO
O Senado, brasileiros,
Já faz tempo, virou zona.
Primeiro foi o Calheiros
Que pegou a gostosona.
Agora, o Zé Ribamar
Seu osso não quer largar,
O cargo não abandona
Mesmo vendo vir à tona
O lamaçal escondido,
A galera bonachona
Seus pares tem defendido.
Esse corporativismo
Misturado com cinismo
Deixa o povo entristecido.
Pouco a pouco tem caído
Sobre os caras meu conceito.
Com tudo que tenho lido,
Eu não fico satisfeito.
Penso cá, inconformado:
O pilantra engravatado
Para que fim foi eleito?
Não se lembram que no pleito
Receberam um mandato
Pelo qual algum respeito
Deveriam ter, é fato.
Entretanto, só poder
É o que querem sempre ter.
A gente é que paga o pato!
Evitam espalhafato
Sobre seu comportamento.
Se cobramos, acham chato
E negam envolvimento.
De tanto não dar em nada,
Já virou até piada
A natureza do evento.
Só fazem encobrimento
No tal Conselho de Ética.
Que lastimável momento
Ver essa cena patética!
Liguei a televisão,
Esperança foi em vão.
A minha cabeça é cética.
Mas essa é sua genética,
Sempre nos farão de tolos.
Aquela frase profética
Que falam sobre esses rolos
Antecipou o final:
O Senado Federal
Tem uns bons pizzaiolos!