“A METAMORFOSE”
O meu sogro mulherengo
Morador de Gravatá
Para poder namorar
Metia pinga no quengo
Saía cheio de dengo
Procurando uma parceira
Se acoitava com a primeira
Logo depois a segunda
Pegou a “véia” Raimunda
Por quem tinha uma tara
A ”véia” era feia de cara
Porém, bonita de bunda.
Os sete dias da semana
Ele saía pra namorar
Passava antes no bar
Com a comadre Bastiana
Qu’ela tomava uma cana
Dos dois “zói” arrevirar
Pro “véio” se aquietar
Tinha que ser duas ou três
Todas de uma vez
Ele deixava ela tonta
Ainda somava a conta
Bem ao gosto do freguês.
Ele também comeu
A mulher do capataz
Na plantação de ananás
Da Fazenda Sonho Meu
Nesse dia quase perdeu
A sua bendita pitoca
Com um tiro de soca-soca
Pelo capataz disparado
Correndo pelo roçado
Ficou lá em casa escondido
Com medo do marido
Que ele tinha corneado.
O meu sogro é “cabra” macho
Mulher, só de enxurrada
Por ele não passa nada
Nem mulher de cacho
Pra apagar o seu facho
É ninfeta, é coroa
Com ele a tampa voa
Lá nos bares da zona
Bota as “quenga” na lona
E comanda os cabarés
De quenga já comi dez
Agora só falta as “dona”.
Sem dinheiro pra gastar
O meu sogro, outro dia
No cabaré, disse que queria
Duas “mulher” pra namorar
Mas, na hora de pagar
Começou com lengalenga
Levou uma surra das “quenga”
Todas do cabaré
Não podia ficar em pé
E ficou com a voz fininha
Passou a usar calcinha
Dizendo: Quem quer, quem quer!
Sua fama tá crescendo
Em toda vizinhança
Adulto e também criança
Tá todo mundo sabendo
Somente você vendo
O estado dele agora
Só paquera, só namora
Com os “home” do lugar
Não adianta mulher tentar
Qu’ele não gosta de mulher
E fundou o cabaré
Das bichas de Gravatá.