ENTRE MORFEU E O VAGABUNDO

O deus do sono me estendeu os braços
E prontamente aceitei agradecida
Já que o sono se esconde no que eu faço
E sendo assim já quase adormecida
A inspiração aconchegou-se ao meu abraço
E ao despertar senti-me embevecida
Porque meu coração havia rabiscado
Alguma coisa que eu achei lindíssima.

Se por acaso guardei na lembrança
Algo tão lindo que meu coração ditou
Vou me sentir feliz feito criança
Até quem sabe acreditar no amor.
Achar palavras que formem aliança
Entre o meu sono e de quem sonhou
Para juntar amor com esperança
E nunca mais chorar por desamor.

O deus do sono se demora muito
A estender seus braços para mim
Assim meu sono nunca é tão profundo
E alguns sonhos acabam antes do fim
Mas felizmente aqui neste meu mundo
Meus sonhos mais bonitos são assim
Como eram os sonhos de um vagabundo
Que fingia sorrir pra o sonho não ter fim.


Brasília, DF
em 05/08/2009