A recebição do amigo Pedrin PG/AR/MP

Depois de um mês afastado, retorna o poeta Airam Ribeiro.

Aqui vai a minha "recebição" pra ele:

Airão,nóis táva isperâno

Cum Dêuzo nu nóço coração

Ocê vortá logu dus passêi

Que meréssi já faz um tempão

Discanssá bem seu isquelêto

Miorá tomêm as sua vizão!

Num négu qui tive sardáde

Di todo nóço alegramênto

Ocê viu qui miorêi de vida

Discançêi inté meu jumento

A muierada táva izigíno

Comprêi o cavalo Pençamento!

Bom Jesus da Lapa cunheçêu

Aqui têm muntas das iscurssão

Prêsse lugá das Romarías

O pôvo vai cum munta devoção

Meu tio foi lá cá minha tia

Fala inté hôji quié munto bão!

O Rio São Francisco,bunitu

Irrigâno aquêle sertão

Cumpáde,qui côiza legár

Fôi essa sua ispranação

Agora,vortô pro Recânto

Cum ar renovádu nus purmão!

Intão-se vô terminá agora

A minha umírde recebição

As muié tão vêno novamênte

Ocê andâno no istradão

Agóra elas num xóra mais

A fárta docê, cumpáde Airão!

Bração procê, meu irimão Airam Ribeiro. Saúde e muita paz, semp

Airam Ribeiro

Meu doce cumpade Pedrim

Digo doce sem frescura

É pruquê cumi lá uns pedacim

Das gostosas raspadura

Quando a gente gosta intão

A amizade que sai do oração

Se transforma em doçura.

Gardeço a recebição

Feitio cum muito carin

Só pudia saí dum coração

Qui tem a amigo Pedrin

Notei logo no momento

Que trocaste o pençamento

Por aquele antigo jeguin.

É isso mermo cumpade

O cavalo é mais forçozo

O jeguin tava cás idade

Só qui nunca foi preguiçozo

Min alembro aquela hora

Qui vi ocê ni Juiz de Fora

Cum o jeguin maraviozo.

Cumpadi já amiorei

Os zóio já nun sente mais dô

Mais nun póço nunca forçá

Ele dimais no cumputadô

Min axo qui foi as pinga

Qui tumei lá nas caatinga

Qui esses meus zói sarô.

E nessa minhas andança

Cumi pexe surubin

Dancei u’as tár de dança

Qui min rebolava todin

E foi nas águas do Véio Chico

Que eu tirei todos os cisco

Nos rolamento nos capim.

Tinha tanta muié bunita

Tanta fé e mutios romêro

Moças de vistido de xita

Falo aqui sem inzagêro

Cumi mutio pêxe no sertão

Qui min deu inté cungestão

E mutia dô no frevuêro.

Eu vô contano os tiquin

As coiza qui vi pur lá

Viu meu amigo Pedrim

Ancê nun vai se importá

Ameã eu conto de novo

Todas as fé daqueles povo

Qui são mutias pra contá.

Gosto de ocê meu cumpadi, abração.

Cumadi Milla

Cumpádi Airam tá di vorta

Nóis vamu eli arrecebê

Do jeitim qui ocê gostia

Cum cachaça di alambiqui

Qué pra nóis ficá nu piqui/

I o custumi num perdê

O Cumpádi viajô

Pur eci Brazi afora

Cum sódadi nus dexô

Foi cunhecê ôtros cantu

Mai ficô u seu incantu

Desdi quêli foi simbora!

É pena que a Maninha

Foi prus lado du Ceará

Já dei as nutiça minha

I di toda a mocidade

Dévi di tá cum sódadi

E doidinha pra vortá!

A Mira Ira,minêra

Num qué sabê mai di mim

Sumiu e virô puêra

Mai eu num isqueço dela

Dêxo um bejinho pra ela

E pra todos os amiguim!

Beijos a todos. Bem vindo de volta, cumpádi Airam! Milla

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 28/07/2009
Reeditado em 29/07/2009
Código do texto: T1723904