Onte eu fui socorrê
Uma criança na rua
Fiz o que pude correno
Não podia me negar
É como se fosse comigo
Coloquei-me no lugar
 
Chegano no hospitar
O maior da capitá
Aí veio o disispero
Num pudia acriditá
O pranto veio nos óios
Num tivi como evitar
 
Uma demora danada
Uma fila de lascar
Muito minino chorano
Muita gente a si lamentá
A atendente mi diz
Nóis temo qui isperá
 
Acridite nu que digo
Aconteceu de verdade
Aqui só tranformo em verso
Pra mortrá o meu protesto
Há dinheiro no congresso
Porque num mandam pra cá?
 
O isforço nem valeu
O minino faleceu
Não deu tempo de sarvá
Aí eu penso cumigo
Num ta certo, eu duvido
Qui isso venha melhorá
 
Fica aqui esse protesto
Mermo qui seja em verso
Triste como ele só
Pra mostrá a realidade
De um povo de verdade
Que caminha sempre só.
 


Amélia Aragão
Enviado por Amélia Aragão em 27/07/2009
Código do texto: T1721568
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