Fifo

FIFO na vida 02/03/2005

Pra tanta gente que morre

Outras tantas vai nascendo

Menino anjo nasce morto

Velho aos pouco vai morrendo

As vezes um jovem broto

Para a cova vai correndo

Só sei que ninguém escapa

Velho ou novo a gente vai

Passar de uma pra outra,

Situação que não se esvai,

Dentro ou fora da ostra!

Nos dois lugares jamais.

Existe também quem concorde

Com a alma e a eternidade

Com uma vida abundante

Maior que a posteridade

Em fantasmas assombrantes

Ou espírito de verdade.

Nada disso justifica

A falta de administração

Como pode uma criança

Que acabou de nascer

Nos cabelos nem fez trança

Ser condenada e morrer?

Podia ser mais organizado

Democraticamente dividido

Para cada cem que nascessem

Não tivesse nenhum perdido

E todos eles vivessem

O tempo bem repartido.

Podia Ter mais cuidado

Com o mesmo tempo pra todos

Tendo um pouco de respeito

Não levando como um rodo

Sem olhar se está direito,

Seja magro ou seja gordo.

Se isso não é possível

Como água de um braseiro

Ou como as asas de um jabotí

Gato saindo do pandeiro

E começando logo a latir.

QUE OS VELHOS MORRAM PRIMEIRO!