SENADOR COME A GOSTOSONA, E O POVO É QUEM PAGA O PATO.

Este cordel foi publicado na Usina de Letras em julho de 2007, mas como o considero atual devido às inúmeras maracutaias que assolam o Senado resolvi publicá-lo aqui no Recanto das Letras.

Pra que a democracia sobreviva;

candidatos precisam de votos,

vão, pra isso, em lugares remotos.

E de uma forma persuasiva,

partem de uma maneira ofensiva,

pra que nosso voto seja um ato

e com pompa valide este fato,

não importa onde, até na zona.

Senador come a sua gostosona,

e o povo é quem paga o pato

Depois de passada a eleição,

esqueçam de todas as promessas;

tudo era somente conversas,

e que se foda a população.

O poder é uma outra questão.

E agora ele cospe no prato.

E também passará a ser um gato.

O eleito torna-se figurona.

Senador come a sua gostosona,

e o povo é quem paga o pato

No poder vêm agora as maracutaias.

Negociam-se depois as comissões,

pagas quando houver as votações.

Que são gastas em boas casas de praias,

e também pra andar com rabos de saias.

De imediato já compra belo jato.

E de seus roubos surgem logo boato.

O país vira mesmo uma zona,

Senador come a sua gostosona,

e o povo é quem paga o pato

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

JULHO/ 2007