ESSE CORDEL POLITIZADO

Mas que coisa tão difícil

escarafunchar um cordel

é como preparar robalo

pondo tempero de papel

ou encontrar um senador

que ao morrer vá para o céu

Você procura por rimas

mas só encontra asneiras

descobre que no Senado

muita gente faz besteiras

tentando enganar o povo

escondendo nadadeiras

Abre, então, o dicionário

e avista o termo honesto

mas muitos representantes

têm na testa "eu não presto"

ficam com a parte do leão

e jogam ao povo seu resto

Eita País esquisito!,

com estados divididos

em feudos familiares

esse bando de sabidos

que passam a vida mamando

todos eles conhecidos

Epa!, quero fazer versos

de poesia popular

os políticos esquecer

porque eu posso vomitar

se começar a falar deles

meu computador vou sujar

Bem, como eu já dizia

antes de me embaralhar

um cordel pretendo fazer

começando meu versejar

mas se lembro do Senado

fico sem graça de rimar

Porque atos obscuros

sob o tapete escondidos

não são próprios da poesia

nem oito vezes medidos

nos palmos de uma régua

muitos traços comedidos

Porém não é fácil esquecer

somos todos que pagamos

a farra de uns sabidinhos

esgotos, entulhos, ramos

só ganham salário de rei

e nós, eleitores, voamos

Chega dessa rapinagem

tira a mão do meu bolso, ei!

Abra o jogo camarada

diga o que sabe de Sarney

não me venha com estória

de que " eu não vi e nada sei"

Pobrezinho do meu cordel

acabou virando troça

juntando alho e bugalho

tratando só dessa joça

de alguns representantes

ah tipinhos, minha nossa!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 14/07/2009
Reeditado em 14/07/2009
Código do texto: T1698262
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