Causo real

HISTÓRIA QUE OUVI CONTAR

1 O capataz de uma fazenda

Certa vez numa fazenda

existia um capataz

que nunca havia saída

dos portões de seus currais

trabalhava o dia inteiro

porem sabia de mais

Só não sabia andar

Fora de sua fazenda

Mas seu patrão certo dia

Pediu a ele uma prenda

Que ele fosse levar

Um gado noutra fazenda

Ai ele estrebuchou

Ficou sem dizer que não

Botou o gado na estrada

Montou em seu alazão

Seguiu a sua viagem

Obedecendo o patrão

Veja a grande confusão

Que passou esse rapaz

Nunca saiu da fazenda

Mesmo sendo um capataz

Desta vez se atrapalhou

Num cruzamento que vai

Sem nunca ter visto um trem

Nem mesmo numa revista

Tangia o gado na estrada

Era uma coisa bonita

De longe ouviu um apito

Disse que coisa esquisita

Porem não deu importância

Como deveria dá

Fazia o seu trabalho

Sem de nada se importar

E cada vez o apito

Dizia eu vou passar

Ele porem inocente

Sem saber que o trem vinha

Tangia o gado aboiando

No cruzamento da linha

Quando sentiu a desgraça

Ele quase perde as calças

Ficou rasgada todinha

O trem matou 10 garrotes

O capataz escapou

Quebrando duas costelas

Também um braço quebrou

Só não morreu porque teve

Alguém que lhe ajudou

Levaram para o hospital

Depois mandaram avisar

Ao patrão daquele homem

Que nunca sai de lá

Quando o patrão foi chegando

Foi logo estrebuchando

Vendo a desgraça acolá

Você é cego e não viu

Que ali tem cruzamento

Perdi foi dez dos meus bois

E você feito um jumento

Me deu este prejuízo

Com o seu descaramento

O capataz respondeu

Isto até me desaponta

O senhor teve foi sorte

Pois o bicho veio de ponta

Se ele viesse de lado

Não ficava um só gado

E eu morria na conta

O patrão compreendeu

Aquela ignorância

E disse vou lhe levar

A uma outra instancia

Vou passear com você

Pra ver se você avança

Um dia foi passear

Com o rapaz pela praça

Havia ali uma casa

De brinquedo em ação

Fazia a demonstração

Com um trenzinho correndo

E vendo o que estava vendo

Naquela ocasião

Com o revolve na mão

Procurou logo atirar

Dizendo não vou deixar

Esse bichinho crescer

Porque se não vamos ter

A grande desilusão

Vamos matar meu patrão

Esse bichinho malvado

O patrão olhou pro lado

E disse ao capataz

Já sei que não é de mais

Vamos embora correndo

Pois vendo o que estou vendo

O melhor é ir embora

Se não vai dar outra historia

Você termina morrendo

Historia que ouvi contar

2 O bêbado e o soldado

Certa vez alguém andava

Por uma estrada vazia

Mas pra dizer a verdade

Não sabia a onde ia

Pois tomara uma cachaça

Que caminhar não podia

E quando vinha andando

Ouviu logo alguém dizendo

Todos vocês estão presos

Mas veja o que estou vendo

Só me prende por ser muitos

E assim eu vou correndo

Era apenas um soldado

Mas vinha bêbado também

Quando olhava via muitos

Mesmo na linha do trem

E o bêbado sendo único

Na vista viu mais de cem

Caga Sebo do Nordeste

Caga Sebo do Nordeste (Ernane Muniz)
Enviado por Caga Sebo do Nordeste (Ernane Muniz) em 06/07/2009
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