Enchendo o saco
O Rio Vermelho
Subiu as águas
Afogou a ferrovia
Muito acima de dez pés.
Só se via gente à procura,
E isto com muita fervura
Da tal vara de Moisés
II
Tinha muita gente nervosa
Procurando solução
Não acreditando em Moisés,
Apesar de ser cristão,
Mas acreditando em fábulas
Saiu em busca da vara
A varinha de condão
III
Os trens estavam parados
No Maranhão e Pará
A ferrovia alagada
Não podiam circular,
Apesar da tecnologia
Que fez o trem esticar
Eles ainda não sabem nadar
IV
A rodovia cortada
A ferrovia também
São Pedro mandando chuva
Sem respeitar a ninguém
O povo da região
Em um sufoco do cão
A esperança era o trem
V
O mundo ficou sabendo
Da triste situação
A Vale fazendo estudos
Pra resolver a questão
Acionou os engenheiros
Sem nenhum desespero
Encontrar a solução
VI
A solução encontrada
Eficiente de fato
Foi de construir um dique
De areia com cimento
Isto colocado em saco
E convocar os empregados
Todos pra encher o saco
VII
A notícia se espalhou
Nos pátios de Carajás à Marabá
Precisa-se de voluntários
E não demorou chegar
Os funcionários da Vale
Que são muitos solidários
Querendo o rio secar
VII
O gerente da área
Diante dos voluntários
Começou a explicar
Como seria o trabalho
É engraçado contar
A missão de cada um
Como iria executar
IX
Os magros abre o saco
Os velho corta barbante
Os baixo vão encher saco
É função interessante
Altos e fortes puxa o saco
Os gordo vão costurar saco
Com agulhas e barbantes
X
Eu dava até gargalhada
Vendo a turma trabalhar
Magros, velhos e gordos
Querendo saco puxar
Os fortes gritavam logo
Deixa de encher o saco
Vão o saco costurar
XI
Era bonito se ver
Toda aquela animação
Abre o saco, enche o saco
Menino costurar o saco
Mais cuidado com a mão
Trabalha com segurança
Leva o saco pro vagão
XII
Encheram setenta e cinco mil sacos
Dentro de dois ou três dias
Adicionaram com jeito
Nas margens da ferrovia
Dividindo assim as águas
Fazendo até parecido
Como Moisés fez um dia
XIII
Assim passou o primeiro comboio
Locomotiva e vagão
A gente só via gerentes
Com suas varas na mão
Tocando no rio vermelho
Imitando o gesto lindo
Que Moisés fez com o bastão
XIV
Todo este resultado
Foi feito em unidade
Fruto da fraternidade
Levando solidariedade
Em prol da prosperidade
Que a Vale olhe os empregados
com a mesma lealdade
XV
Aqui termino estes versos
Acredite seu Landeiro
História da ferrovia
Faz parte de nossa vida
Em nome dos funcionários
Te desejo boas vindas
XVI
E pode contar com a gente
Pra qualquer coisa que há
Unidos seremos fortes
Nada pode nos barrar
E qualquer crise que tenha
Justos vamos superar