Vida Hilota
Minha vida aqui tem sido
tão difícil e muito igual
ouço sempre só bulício
de ser vil, de ser que é mau
que promete o que é impossível;
a promessa que é invisível
chega ser té virtual.
Sou acaso um pardalzinho
que só vive pra comer,
procriar e pra cantar
para todo cego ver?
Sou um pai que tenho muito
a vontade de um intuíto,
que não é sobreviver.
Quero pôr vestes no filho,
na mulher - que é do meu sonho,
mas eu vejo que o governo
nada faz... e o que eu proponho
é sofrer só e calado,
aguentando o meu estado
de hilota que é medonho.
Pois meu mísero salário
quase que não põe na mesa
o pão duro nesses dias
que é cobrado à realeza
tanto imposto e tantas contas,
que em vertigem, mentes tontas
pedem tanto - SOBREMESA!
Coquetel aqui não temos!...
Nem a roupa e nem calçado!
O que temos são cartões
que têm seu juro dobrado.
Mas meu Deus que é muito justo
vai livrar-nos deste susto
justiçando o injustiçado.