Num fale da róça cumpadi! AR/PG
Cumpadi qui roça é essa
Qui aqui tu ta falano?
Aqui inda ta bom abéssa
Eu vô logo te perguntano!
Ni asfarto se pranta fejão?
Ora, ora meu irimão
Tu foi na onda de meus fulano?
A única droga pesada
Qui ainda tem neste xão
É a marvada inxada
Qui faiz os calo nas mão
Mais a gente tem qui prantá
Pra da dicumé pros das capitá
Num fale da róça intão!
Aí tem mutios ladrão
A gente perciza sabê!
É pur isso qui nóis irimão!
Cumpremo as tár de TV
As violênça aí corre sorto
Aqui cum nóis os caboco
Ainda isso nóis num vê.
Nois tamo na ocupação
De a terra pudê lavrar
Depois nóis bota o fejão
Para esta sumente vingá
Tem ladrão de galinha, sô franco!
Os de cularinho branco
Só tem aí nas capitá.
Eu te falo nesse cordel
Vorta pra róça cumpadi
Aqui inda se vê o céu
Né cuma aí na cidade
Qui devido a poluição
Ninguém vê o céu não
A lua aqui tem quilaridade.
Pur isso caro camarada
Repensa aí pur favô
Nun vai nas cunversa fiada
Qui este povo falô
A róça é uma formozura
É certo, num tem essas frescura
Quim tão falano aí pro sinhô.
Caxacêro isso tem sim
Num vô minti pra ocê!
Mais nosso prizidentim
Pensa quêle num sabe bebê?
Os da roça anda bebeno
É pra matá as fome qui anda teno
Sem os lá de riba vê!
Inda vale a pena morá
Na róça tem diversão
Um peixe cê vai pescá
Para fritá no fugão
Qui tomém é de lenha
Qui é pegado nas brenha
Para cuzinhá fejão.
Pur isso te acunsêio
A pensá mais neste assunto
A roça inda é o istêio
Para vivê todos junto
Nas capitá tem puluição
Venha iantes meu irimão
De ir pra cidade de pé junto.
(Cumpadi Pedrinho se ixpricô)
Cumpáde tem suas razão
E ninguém vai querê tirá
Eu falêi di sértas róssas
Que aqui de vredádi há
/Máis pertím das sidádes
Ocê nem pode maginá!
"num quíz falá do nóços sertão
Dônde o fejão vai si prantá!
Pertím das grândi sidáde
A violênça cabô xegâno
Assartãntis paçam pur lá
Dêxa as peçôas indoidâno
Meu cordé foi desabáfo
Eu quéro í ti ispricâno!
Siocê, meu cumpáde tem
Aquela çua prantação
Tomêm é hômi trabaiadô
Têm us cálo grândi na mão
É cálo mermo de inxáda
Num é de canetinha não!
Máis,meu irimão Airam
Puraqui no Isprito Sânto
Os vagabundo da sidáde
Percura é quarqué canto
Prá si iscondê da Puliça
Pra nóço intêro dizincânto!