Num tô bom ainda, mais tô vortano!AR/PG
Meus óio já tava secano
De tanto oiá o munitô
Pruquê ele num tava piscano
Num tava cum lubrificadô
De noite era um póbrema
Os óio tinha saído do isquema
Mutia gastura, tomém cum dô.
Já num tava guentano
Pois cuma pementa eles ardia
Pur Jesuis eu fui xamano
Pois meus zóio é as mia aligria
Condo vi a coisa ficano preta
Fui num méudico porreta
Qui riceitô naquele dia.
A dieta deu discansá
E os colíro foi botano
Pru munitô eu num oiá
E pur isso num fui oiano
Tô mais mió um poquim
Mais tenho de vim degavazim
Pra num ficá cego meus plano.
Foi pur isso qui tava sumido
Aqui deste recanto
Agora tô aparicido
Mais digo qui é pur inquanto
Pois digo vô passá o Son Juão
Pra ôtras banda dum sertão
Onde nasceu este incanto.
Dia vinte qui vai xegá
Eu tô pretedeno ir
Pra minha cidade natá
Adonde eu min nasci
Se a memora num ingana
Vô passá duas sumana
Inté vortá pur aqui.
Vô in busca de inspiração
Pra ôtras banda de lá
Apruveitiano o Son Juão
Tomém pur lá vô dançá
Naquelas terra sertaneja
Eu vô tê esta peleja
De muitios quentão eu tomá.
Tonci ta ispricado
Do sumiço deste poeta
E derna de já ta avisado
Dessa viagi secreta
Pretendo ancim qui vortá
Se Deus min ajudá a rimá
Para cumprí esta meta.
Pedrinho Goltara
Cumpáde, ocê nem magína
Cuma nóis ficô contênti
Vê quiocê tá vortâno
Pru convívo dessa gênti
O peçoár dessse Recânto
Jatá mais sorridênti!
Tívi um pobrêma tomêm
Cum meus zói ano paçado
Quemáva quinêm pimênta
Mi dexáva discabriado
Percurei intão-se o dotô
Que mi ispricô cum coidado!
Falô qui têno pobrêma
Negóço de preção oculá
Colíro duas vêiz pur dia
Tênho qui nos meus zói botá
Sinão um tár de graucôma
Minhas vizão pódi tirá!
Intão-se tá ispricado
Êssi sumiço do irimão
Vâmus cuidá bem das vista
Num si priocupa cum nóis não
Deus num qué már pra seus fílio
Fíque nos zói cum seus brílio
Num fórssi munto sua vizão!!!
.Breve recuperação,meu irmão Airam. Descanse bastante lá na sua terra natal. Seu irmão capixaba.