“EU MORRO AGRADECIDO PELO NOME QUE EU TENHO”

O meu pai me instruiu

Filho não deva nada a ninguém

E nunca fale também

De coisa que você não viu

No dia em qu'ele partiu

Só me deixou seu sobrenome

E de viver uma fome

Preservando isto eu venho

E o peso do meu lenho

Nunca será dividido

Eu morro agradecido

Pelo nome que eu tenho.

O meu pai também me disse

Peça um pão pra não roubar

E com quem precisar

Falou-me que dividisse

Pra eu não fazer tolice

E depois me arrepender

Amor proibido não ter

Que é perigoso este engenho

E poderá ser ferrenho

O ciúme do marido

Eu morro agradecido

Pelo nome que eu tenho.

Também, pra eu não ferir

Se eu não fosse ferido

E o seu último pedido

É pra seu exemplo eu seguir

Enquanto eu estiver aqui

Na terra, sobre a face

Inda que meu pai não falasse

Seu caráter é meu desenho

Seu nome níveo mantenho

E o meu enobrecido

Eu morro agradecido

Pelo nome que eu tenho.

O meu pai saiu da vida

Mas permanece na minha

Minha mãe é a rainha

Que tem vencido a lida

Tórrida, dura, comprida

Mamãe, digna de oblação

Ao lar tem dado sustentação

Com tanto esmero e empenho

Em ser grato não me abstenho

A Deus, por ter me favorecido

Eu morro agradecido

Pelo nome que eu tenho.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 14/06/2009
Reeditado em 15/06/2009
Código do texto: T1648327
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.