O beijo maldito

O primeiro beijo sempre me assustava

Mas eu já me acostumara

Com o desfeche dos meus

Sempre que o primeiro eu dava

As garotas sempre se afastavam D´eu

Mas eu, cabra safado, nunca que amei

Mas também, já era fato,aquilo que vos falei

Acho que meu beijo num prestava

Pois sempre que beijava a rapariga

Num instante ela se aprumava

Nunca me esqueço da vez

Da dona Maria das Mercez,

Quanta prosa trocamos

Mas a mulher era casada

E ainda sim nos beijamos

Mas eu só a beijei pra descobrir

Se essa que já era casada,o que há de vir?

E aconteceu de novo, que fiquei abismado

Num é que ela já ta com outro

E largou o corno Bernardo!

Meu deus, que diacho foi que fiz?

Quando será que vou ser feliz,

Em passar uma noite com alguém?

Já tô inté as vezes tremendo

E de minhas mãos já sou refém

Mas pra piorar a situação angustiante

Veio montada na jumenta, com zoi de diamante

A filha de Cornel Bento

Que vinha de mala,cuia e peitos

Fugida de um convento

E meu coração se acelerou

Foi quando meu cumpade gritou

-será isso uma anja?

Eu não sei e não quero descobrir

Essa nunca vai me dar canja

E foi calando a boca

Que ela veio meio roca

Perguntando informação

-onde fica hotel sagrado?

-é logo ali,não se aveche não

Eu que há muito ali vivia

Fui logo falando pra tia

-Antonina tem Hóspede pra você

-quem é essa moça bonita,zé?

È uma anja que cabo de conhecer

Ela me olhou de lado

E me deu um beijo estalado

E um sorriso de anja do céu

E eu disse :-qual é sua graça?

Meliniçe Bento,mas pode chamar de Mel

Não sabia se feliz ou triste eu ficava

Pois tão logo eu me lebrara

Que eu tinha o beijo maldito

Se eu beijar ela,meu Deus

Será que vai achar algum pretendido?

E nesse meio eu não sabia o que fazia

Pois a cada hora que passava a vontade crescia

E eu queria ter Mel pra mim

Mas tinha medo de perdê-la

Foi quando eu pensei assim

-Se nada tenho a perder

Só vou ter a me arrepender

Se nada fizer pra mel.

Foi quando fiz uma carta de amor

Troquei de roupa e pus o chapéu

De baixo da janela do hotel

Gritei pelo seu nome,-Mel!

Torcendo pra que aparecesse

Foi quando a vi em baixo

Demonstrando também interesse

Minha anja ta aqui meu poema

Nele falo do meu dilema

Do meu primeiro beijo maldito

Do qual quero me curar

Já pedi pra São Benedito

Ela leu e se emocionou

Me deu um beijo e o tempo parou

-e agora o que será de mim?

Eu queria parar pra saber o que aconteceria

Mas não queria parar pra não perde-la assim

Foi quando nossas bocas cansaram

Os dois se viram e respiraram

Sem saber do fim

Foi quando ela respondeu antes d´eu perguntar

Sim, meu zé, eu digo que sim!

Nairon Botão
Enviado por Nairon Botão em 03/06/2009
Reeditado em 03/06/2009
Código do texto: T1630128
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