Motes

Quando o sol apagar a sua luz

E o mundo cair na escuridão

Os amantes deixarem a paixão

Os cristãos esquecerem de Jesus

Acabar o luar que nos seduz

E os festejos das noites de natais

As donzelas perderem os madrigais

Trovador nunca mais se expressar

QUANDO A ULTIMA VIOLA SE CALAR

NESSE TEMPO NEM MUNDO EXISTE MAIS

Se um dia morrer a esperança

E a beleza da rosa fenecer

Se na terra não mais alvorecer

Os meus sonhos bonitos de criança

Embalados nos tempos de chegança

Da alegria dos belos matinais

Se a maldade subir aos pedestais

E o amor entre nós se acabar

QUANDO A ÚLTIMA VIOLA SE CALAR

NESSE TEMPO NEM MUNDO EXISTE MAIS

Quando o caos se instalar no universo

E as estrelas deixarem o firmamento

Quando o amor não for mais um sentimento

Na terra não ter mais homem perverso

A bandeira da ordem e progresso

No teto do Brasil não tremer mais

No oriente enfim reinar a paz

As nações deixarem de guerrear

QUANDO A ULTIMA VIOLA SE CALAR

NESSE TEMPO NEM MUNDO EXISTE MAIS

.´.

O riacho canta uma melodia

Canta o sapo na beira da lagoa

A folhagem da mata então entoa

No embalo do vento que assovia

A canção que a todos inebria

Acompanha o ribombo do trovão

A magia do raio em seu clarão

Risca o céu com seus traços de beleza

O CINEMA MAIOR DA NATUREZA

É UM DIA DE CHUVA NO SERTÃO

O arco-íris enfeita o horizonte

Corre o gado pra dentro do curral

Nazaré tira a roupa do varal

O Joaquim vem correndo lá da fonte

Na latada as ovelhas fazem monte

O jumento se abriga no oitão

Mãe Zefinha começa uma oração

Agradece a Deus pela grandeza

O CINEMA MAIOR DA NATUREZA

É UM DIA DE CHUVA NO SERTÃO

É a água descendo na biqueira

No telhado soprando a ventania

De manhã vamos ter a pescaria

No açude sangrando em cachoeira

Vou plantar batata com macaxeira

Outra roça de milho com feijão

Vou montar meu cavalo alazão

Ver o rio descer na correnteza

O CINEMA MAIOR DA NATUREZA

É UM DIA DE CHUVA NO SERTÃO

O tiziu pula em cima da estaca

Em dueto as casacas-de-couro

Fazem ninho, seu lar imorredouro

O tatu a barreira esburaca

O preá escapa da jararaca

No roçado um rebanho de cancão

Faz a festa longe do gavião

Boa safra será uma certeza

O CINEMA MAIOR DA NATUREZA

É UM DIA DE CHUVA NO SERTÃO

Petró
Enviado por Petró em 01/06/2009
Reeditado em 06/02/2011
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