Filosofia na prática
Este texto foi escrito no momento em que explodia a crise aérea. Estava estudando os filósofos do Direito e da política quando me deparei com a curiosa história de Marx. Sujeito que defendia a classe operária, mas não trabalhava e era sustentado por um amigo. Então, lá vai:
Aristóles, Hume, Kelsen e Kant
Nem em prosa, nem em verso,
tem quem cante
Esse povo é muito chato,
Cabuloso, confuso, pouco prático
Mas, também, muito importante.
Ainda tem um tal de Platão
Que com sua teoria das idéias
Me meteu na maior confusão
Marx, Hegel e outros tantos
Com suas obras e discursos
Enchem o Direito de encantos
Tenha paciência e muita calma
Se conseguir entendê-los
Só ira enriquecer sua alma
Como isso vai acontecer
Vou lhe mostrar
Você vai logo entender
Como eles vão te influenciar
Marx nunca trabalhou
Mas sempre defendeu a classe
Não sei quem ele me lembrou
Talvez um sujeito que outras coisas eu cortasse
Um dedo só é pouco
Três, quatro, quem sabe a mão
Um sujeito do juízo oco
Que parece não ter é coração
Dá esmola pro brasileiro
Ignorante e sem educação
Faz esfriar o braseiro
Que aquece a alma da nação
Mas o povo até que gosta
Não quer mais trabalhar
A produção que vá pra bosta
Não trabalho mas vou ganhar
Então pra que ter trabalho
Se parado ganho mais
Fico jogando baralho
Tomando umas e outras mais
Quem sabe arrumo um sindicato
Pra “trabalhar” e arrumar minha vida
Me informo e entendo o que é peculato
Começo a ganhar na volta e na ida
Arrumadinhos, arranjos e acertos
Nunca sei de nada, de nada sei
Meus amigos não passam apertos
E meu povo não sente que o usei.
Desse jeito a vida vou levando
Sem saber de nada
Me reelejo e continuo aproveitando
Os aviões pararam
Mas não me pronuncio
O meu tá voando
Feito cadela no cio
Cheio de gente atrás
Querendo pegar uma mamata
Ninguém rouba e se satisfaz
Não sei como povo não se mata
De vergonha de tristeza e dissabor
Por ter um presidente que enaltece
A glória e a alegria de não se ter um labor.
Henrique Moura – 21/12/06