Quanto custa um cancer e um drogado?
Airam Ribeiro
Estou aqui a lhe preguntá
Quanto é que ocê axa
Que um câncé deve custá
Me informa quáli a taxa
Será um preço muitio arto
Ou esse bixin ingrato
Terá o preço de bolacha?
Não é caro não te digo!
É cumprado a prestação
Pra você qui é amigo
Vô lhe dar a sugestão
Cumeça no gole da caxaça
Qui faiz u’a dô da disgraça
No seu fígo meu irmão.
Devagá ele corrói
Sem préça pra aparicê
No finá é quêle dói
Quando está a corroê
Aí ocê pensa nesse dia
Qui era filiz e nun sabia
Quando não vivia a bebê.
Outro que faiz a disgraça
É o cancé de purmão
Causado pela fumaça
E a nicotina de montão
Ela vai se alojano
Seu purmão vai rebentano
Qui difircuta a rispiração.
De quando ocê nun fumava
Ocê dana a se alembrá
Os do arredó rispirava
Um ar puro do lugá
Ocê era filiz e nun sabia
Agora quéssa ingrizia
É qui ocê dana a recordá.
Fora os cancé de algum
Qui ocê ajudô botá
E isso axo qui nenhum
Elis vão te perdoá
Quando a fumaça soprava
O do seu lado respirava
E edecetra coisa e tár.
Um traguin cuns amigo
Um cigarrin pra isnobá
Ocê tinha era uns inimigo
Esses amigo de copo dos bar
Ni sua duença elis sumiram
Só os da famia li acudiaram
Óia agora cuma ocê ta!
Ocê dexa de ser homi bom
Quando pras droga se intréga
Ela é u’a musga sem tom
E dexa as pessoa bem cega
A vida se torna medonha
Cum a cocaína e a maconha
Qui li vendeu seus colega.
No ínicio vem de graça
Pra ocê então se viciá
Depois vem as arruaças
Para ela ocê encontrá
Ocê vai perdeno a famia
E pra cuntinuá na friguizia
Ocê cumeça a roubá.
Aí meu cara só Deus
Para tê pena de vosmicê
Isso foi um querê seu
Largá? Depende dancê!
O bom é ocê nun entrá
Mais já qui foi viciá
O preço quem sabe é ocê.