Minha Esposa
(Francisca Patrícia Pereira)
Quanta graça que eu encontrei
na mulher da minha vida!...
A divina companheira
na mesmice desta lida,
porque nunca esteve ausente
no momento mais contente
ou na hora mais sofrida.
Ela sabe ver que a vida
é viril monotonia,
nunca deixa de ser sóbria
mesmo quando na agonia,
tem amor, como já disse,
mesmo sendo na mesmice
e é feliz sem ironia.
Ela sabe que a alegria
vem de amar coisas pequenas:
foi amando este poeta
que sofria em grandes penas
que hoje sou grande penedo,
vou contar-lhes um segredo:
é a Patrícia que amo apenas!
Como flores de açucenas
que brotando à primavera
vão deixando tão branquinho
o jardim da nova era,
ela fez de mim milagre,
nunca mais fel e vinagre!...
Hoje o sonho da quimera!