“A marreta da morte é tão pesada Que a pedreira da vida não agüenta”

Minha vovó já dizia

Quem não morre novo de velho não escapa

Vem a morte lhe dá um tapa

Joga o ente na tumba fria

Se acaba a alegria

E o viço que aparenta

Seja calma ou violenta

A morte não é nada engraçada

A marreta da morte é tão pesada

Que a pedreira da vida não agüenta.

É pedra, areia e cimento

Na formação do concreto

A morte é destino certo

Sem nenhum impedimento

Pois seu único sentimento

É vento que não venta

Pra matar, o jeito que ela inventa

É uma piada mal contada

A marreta da morte é tão pesada

Que a pedreira da vida não agüenta.

A poesia não se consola

E eu acho uma covardia

Morrer um cantador de cantoria

Ficar viúva a viola

Minha língua se enrola

A cultura se lamenta

Minha lagrima não se sustenta

Minha garganta fica travada

A marreta da morte é tão pesada

Que a pedreira da vida não agüenta.

Mas tudo tem um objetivo

Venha a morte então me mate

A poesia ela maltrate

Com seu poder altivo

Morto na terra, no céu eu vivo

Onde minha viola e eu se “apresenta”

Nosso Senhor e os anjos se “assenta”

Para ouvir nossa toada

A marreta da morte é tão pesada

Que a pedreira da vida não agüenta.

"Mote do desafio do site www.interpoetica.com"

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 22/04/2009
Reeditado em 03/05/2009
Código do texto: T1553579
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