“A marreta da morte é tão pesada Que a pedreira da vida não agüenta”
Minha vovó já dizia
Quem não morre novo de velho não escapa
Vem a morte lhe dá um tapa
Joga o ente na tumba fria
Se acaba a alegria
E o viço que aparenta
Seja calma ou violenta
A morte não é nada engraçada
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não agüenta.
É pedra, areia e cimento
Na formação do concreto
A morte é destino certo
Sem nenhum impedimento
Pois seu único sentimento
É vento que não venta
Pra matar, o jeito que ela inventa
É uma piada mal contada
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não agüenta.
A poesia não se consola
E eu acho uma covardia
Morrer um cantador de cantoria
Ficar viúva a viola
Minha língua se enrola
A cultura se lamenta
Minha lagrima não se sustenta
Minha garganta fica travada
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não agüenta.
Mas tudo tem um objetivo
Venha a morte então me mate
A poesia ela maltrate
Com seu poder altivo
Morto na terra, no céu eu vivo
Onde minha viola e eu se “apresenta”
Nosso Senhor e os anjos se “assenta”
Para ouvir nossa toada
A marreta da morte é tão pesada
Que a pedreira da vida não agüenta.
"Mote do desafio do site www.interpoetica.com"