SAUDADE NÃO É PEIXEIRA

Vou contar um conto sério

Pra que vocês me entendam

Só sabe o que vai à alma

Quem sofre o mal na pele

Pois quem sofre de saudade

Sabe o que é dor verdadeira

É uma dor renitente

É uma dor matadeira

Saudade não é peixeira

Mas corta o peito da gente.

Fico sem casa, com fome

Fico sem pátria, sem nome

Mas não fico sem amor

Posso ficar sem dinheiro

Mas juro que fico inteiro

E ainda rio sem dor

Mas não me peça que fique

Sem minha velha costela

Pois dessa triste maneira

A vida perde o sabor

E perde a paz que se sente

Saudade não é peixeira

Mas corta o peito da gente

Sem minha velha costela

Não como, não durmo ou bebo

De tanta saudade dela

Dói o peito, gemo e choro

Sua presença imploro

E a Deus, em prece pungente,

Peço que o tempo escorra

Mais veloz que cachoeira

Saudade não é peixeira

Mas corta o peito da gente.

Peço a Deus Nosso Senhor

Peço ao santo protetor

Que desse mal me dispense

Pode faltar qualquer coisa

Que ainda rezo e agradeço

Mas que não falte -Lhe peço-

O meu amor verdadeiro.

Chorarei a vida inteira

E viverei tristemente.

Saudade não é peixeira

Mas corta o peito da gente!

03/04/2009