U SUMIÇU DA MILLA
(Claraluna)
Maninha, cadê ocê?
U dia num acunteceu
Ocê podi mi dizê
Purqui disapariceu?
U seu denti tá dueno
Ô foi a sua internet
U qui ocê tá fazenu
Tá na casa da Valdeti?
Será qui aquela amiga
Qui quebrou a perna isquerda
Ficô inté sem cumida
E ocê faiz a cuzinhêra?
Maninha tô cum sodadi
Vorta aqui pro seu recanto
Num faça essa mardadi
Vem inxugá nosso pranto.
**Vou ligar agora, ok? Bacio, Ulli**
Milla respondendo à maninha:
ISCLARICIMENTU
(Milla Pereira)
Minha mana, vô contá
O qui mi aconteceu
Nu Recantu eu quis entrá,
Infilismenti num deu
Mai sinti munta sódadi
Dus amigo - di verdadi
Quem senti farta, sô eu!
Eu andei meio capenga
Da tár fibromiargia
Dispois dessi lenga-lenga
Minha cabeça ardia.
I num tinha mais vontadi
- cum toda sinciridade –
Di iscrevê puisia!
Onti, foi bem apertadu
Pricisei mi agilizá
Pra falá co’adivogadu
Qui vai cuma ação entrá
Pros assunto du dentista
Qui fugiu nem deu a pista
Pra meu denti num tratá!
Mai ocê me faiz favô
Di dizê pra todo mundo
Qui num há ninhuma dô
Qui duri mai qui um sigundo
I agardessu us recado
Dessis amigos amado
Que tenhu um amô profundo!
I ocê num fique tristi
Aminhã eu apareçu
A amizadi persisti
I docê eu num isqueçu.
Por favô, diz lá pra Zélia
Qui eu sô cumu a camélia
U viçu num iscureçu!
O amigo Jacó Filho
veio ofertar a sua mão amiga
em belos versos:
Os tempos estão de mudança,
E nada no mundo permanece,
Num descuido a gente adoece,
Pois não somos mais criança...
Embora tenhamos a esperança,
Reforçada em nossas preces.
Mas quando a saudade aperta,
E nem sabemos o que fazer,
Até perde a vontade de viver...
Mas tentando é que se acerta,
E um poeta, quando presta,
Jamais esquece o proceder...
A prova é o seu belo poema,
Transbordando de respeito,
Num arranjo lindo e perfeito,
Para voltarmos ao esquema...
Mostra-se ainda mais serena,
Depois da sua poesia feita...
(Jacó Filho)
Resposta de Milla:
Obrigada, Jacó Filho
Um dos mestres do Soneto.
A gente não perde o brilho
E termina num dueto
Os versos são a riqueza
Pois Deus nos deu a beleza
Das rimas em alegreto!
(Milla Pereira)
Flor Enigmática,
Amiga de sempre e para sempre,
com sua costumeira irreverência:
Já disisti de tanto ispera
pruque disse ia me cumunicá
mas pelo visto tô já de fora
com tanta raiva, já mi jogo fora.
Decerto Num sô
mais mana de impurtança
me largo ,pruque sô
ovelha negra nessa famia.
(A Flor Enigmática)
Milla responde:
Mana, minha Flor quirida
Ocê tem munta importança
Pelos caminho da vida
Nóis tâmu nessas andança
Ocê num fique zangada
Pois sempre foi minha amada
Apesar dessa distança!
(Milla Pereira)