A FUGA DO BURRO
Em nossa casa apareceu
Um homem chamado Dirceu
E nos disse que perdeu
Um burro na vizinhança
Foi domingo bem cedinho
Acordou gritando os vizinhos
E o meu filho Joãozinho
Coitadinho do bichinho
Também entrou na dança
Já todos então acordados
Só nos restava a ocorrência
O tal Dirceu um matuto
Com aparência de luto
Pois trajava roupas pretas
Com um chicote na mão
Na cinta um grande facão
Com desespero no coração
Montado numa lambreta
As vestes sujas de lama
Constatava o seu drama
Na procura do bichano
O animal Frederico
Tinha fugido do circo
Agressivo e insano
Aos coices arrombou as grades
Da jaula sem piedade
Causando um grande dano
Então fomos descobrir
Porque tanto insistir
O Dirceu em nos chamar
Do circo, ele era o dono
Interrompeu nosso sono
Para seu burro pegar
Estava muito nervoso
Com seu olhar ansioso
Só pôde foi, constatar
No fundo do nosso quintal
O dito cujo animal
Com uma jumenta a trepar
Parecia estar no cio
Motivo do curto pavio
Quem é que vai condenar?...
O engate estava feito
Embute muito perfeito
Acho melhor esperar...