SALVEM NOSSO PLANETA!

Morei dez anos na lua
por São Jorge procurando
mas não encontrei nem rastro,
ele estava viajando,
então pedi às estrelas
que gostaria de vê-las
luzes no céu desenhando

Elas apenas sorriram
olhando-me deslumbradas,
em silêncio cochichavam
mas um pouco acanhadas,
sem qualquer razão sumiram
e penso que elas saíram
comigo desconfiadas

Ainda quis visitar o sol
e busquei sondar o ambiente
mas depois de analisar
vi que estava meio quente,
não fui, não gosto de calor
seja em que lugar for
pois me faz ficar doente

Dei um pulinho a Saturno
pus nos dedos seus anéis
- pense num lugar tranquilo
sem mandões, sem coronéis! -
Passei na pastelaria
indicada por Maria
comendo cinquenta pastéis

Bem, fiquei empanturrado
com tal baita comilança
precisei de caminhada
prá digerir a pastelança
lá no meio do caminho
encontrei um passarinho
e me senti feito criança

Vocês me perguntariam
por que tanta aventura,
não é melhor ficar na Terra
invés de tanta procura?
Eu respondo de coração
fugi foi da poluição
que me causava tontura

E não só isso, camarada,
vê o que lá andam fazendo:
derrubam nossas florestas,
na água que estão bebendo
jogam lixo, quem diria!,
botam tanta porcaria
em tudo que vão comendo

Veja, prá varrer a calçada
os tolos abrem a torneira
desperdiçam tanta água
parecendo brincadeira,
assim agem sem pensar
que o líquido acabará
um dia, nessa besteira

Contaminam alimentos
com a trans, essa gordura,
apodrecem nossos rios,
está o clima na fervura
por causa dessa camada
de ozônio, camarada,
virou tudo loucura!

Não, prá Terra não volto mais
fico mesmo no espaço
não quero pegar câncer
com nitrato no pedaço
esse planeta acabou
pois o homem o desgraçou
pouco a pouco, passo a passo

Vou prá Marte, talvez Vênus,
outra galáxia qualquer
viver numa nuvem dessas
em algum local que tiver
uma vida sem tristeza
que me dê essa moleza
e ninguém pegue no meu pé

Quero paz de espírito
não topar com violência
um lugar não poluído
preservada a existência
que tenha respeito à vida
seja pouco conhecida
também área desprovida
de pobreza e de carência

Montarei qualquer cometa
pelo espaço voando
na beleza desse sonho
sigo bem devaneando
enquanto nessa multidão
fazendo da Terra lixão
os homens vão se matando

Não vou assistir calado
a natureza devastada
os animais sendo mortos
a água contaminada
o viver tornado inferno
e o que outrora era terno
virou vida desgraçada

Cá do meu endoidecer
eis-me apenas sonhador
prefiro o mundo ilusão
que terra de sofredor
melhor puros mananciais
e dividir com os animais
floresta, água, amor
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 21/03/2009
Reeditado em 21/03/2009
Código do texto: T1497532
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