Diálogo entre compadres...

Compadre... O que é que foi?
O que é que foi compadre?...
Por que toda essa tristeza?
– Compadre é a saudade...
Da antiga Edileuza:
Graciosa... parecia uma rosa,
Quanto encantamento tinha,
Cheirosa... e toda durinha...

– É compadre... Infelizmente...
A mulher engana a gente.
No começo é toda prosa.
Antes de amarrar o trouxa,
Só vive mostrando os dente...
Casando fica empacada...
Por tudo faz barulhada,
Não há cristão que agüente!

– Se não bastasse compadre...
Ela não fecha só os dente!
Pra tudo ela diz não!
Não quer ter obrigação...
No fogão e nem na rede.
Ah! Que já estou é irado!
Vou pescar no riacho...
Caiu na rede... É peixe!

Antigamente era um trato...
Estava sempre limpinha.
Seu perfume... Era Lancaster!
Agora vejo esse traste...
Cheirando a peixe e a galinha.
A uva virou uma jaca...
As tetas... Parecem da vaca,
criação dela e minha...

– Aii! Compadre! Que pena dá...
Ouvir tu a murmurar,
falar tão mal da comadre...
Não fale assim da bichinha...
Tu vives muito no mato...
Com ela vou pro riacho...
Não se zangue dela eu trato,
Comemos peixe e galinha!

EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 18/03/2009
Reeditado em 16/10/2009
Código do texto: T1493608
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.